segunda-feira, 30 de março de 2009

Resultados ético ou Desportivo eis a questão?


Hoje falo-vos sobre um tema que é polémico e não haverá resposta única. Vejamos a seguinte situação:

Um jogador, por exemplo de brancas. que obteve vantagem com pouco tempo para terminar a partida , este tempo é insuficiente para vencer a partida por falta de tempo no relógio. O adversário só tem um Rei.


A questão que se coloca:

1 - O jogador de pretas, que tem o Rei deverá abandonar a partida?


Vejamos vários pontos de vista. O relógio de xadrez, também faz parte do jogo, logo o jogador de brancas devia ter gerido o tempo. A competição é assim.

O jogador de pretas deve abandonar, pois sabe que está perdido e não aceita ganhar meio ponto, quando tem o jogo completamente perdido. Uma questão ética.


Qual o papel do treinador de jovens nestes casos? Deve dizer ao jovem, esquece o relógio e vai até ao fim pode ser que nao percas, mas empates.

Ou nestas situações deves abandonar!

O que fazer?

Que valores a transmitir a um jovem?


Eu tenho a posição confusa: O relógio faz parte do xadrez. Logo a gestão de tempo é fundamental. Por outro lado há a questão ética.


Gostava que os leitores se pronunciassem, sobre o tema.


Um comentário:

António Viriato Ferreira disse...

Na minha opinião na formação de jovens deve valorizar-se ao máximo as questões éticas e do "fair-play".
Exemplo pessoal:
- Aos 14 anos, num torneio de semi-rápidas um adversário de partida ao fazer pequeno-roque, movimentou primeiro a torra e depois o rei, tendo eu obrigado o meu atónito oponente a realizar o movimento Th1 - f1 ficando o rei na casa e1.
As regras do xadrez defendiam a minha posição, mas até aos dias de hoje me recordo o grandessissimo filho da mãe que fui ao reclamar esta situação junto do arbitro.
Foi o 1º e último exemplo que tenho para dar de falta de ética da minha parte.
Repito, da minha parte porque do outro lado tive péssimos exemplos que não vou aqui agora enumerar e onde tentativas de agressão de adultos a um menor estão incluidas !
Até aos dias de hoje, nunca mais entrei em esquemas que me permitissem beneficiar de regras de jogo frias e pouco dadas ao jogador ocasional de xadrez.
No caso do exemplo dado pelo Professor José Cavadas neste post;
numa situação de dama e rei contra rei, a não ser que o meu adversário tivesse ganho esta vantagem de forma imerecida por um grande equivoco da minha parte, abandonaria a partida para não empatar por tempo,nem que estivesse em jogo o titulo de Campeão do Mundo de xadrez ou um Ferrari.
Agora, se eu dominei toda a partida e por grande asneira perco uma dama com o jogo completamente ganho ou teóricamente empatado, desculpem qualquer coisinha mas não abandonaria por considerar que o meu oponente não merecia a vitória.
O tema é complicado, mas a base é esta:
- O xadrez nasceu como sendo um jogo de cavalheiros e quem não se comporta como tal no tabuleiro não merece nenhum respeito e menos ainda depois de termiinada a partida.
Depois da partida temos sempre a opção de responder com o respeito civilizado que a Humanidade exige ou de utilizar as leis da selva que o nosso adversário usou dutante o jogo...